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┘•┌ O USO DO TERMO REVERENDO
Estamos numa época em que os pronomes de tratamento estão em desuso e até não são compreendidos. Fui ensinado a usá-los para expressar o devido respeito às pessoas. Então, saiu colocando em prática o que aprendi. Outro dia, ao cumprimentar uma mulher, chamei-a de senhora. Ela, num lance de indignação, respondeu: “Você está me achando velha?” Respondi calmamente: “Não, estou achando a senhora digna de respeito!” Quando o respeito é tido como desconsideração ao outro, torna-se preocupante o futuro das interações humanas!
Um termo usado pelos presbiterianos no tratamento aos ministros do Evangelho (pastores), mas pouco compreendido, é “reverendo”. Se a mulher ficou indignada quando tratada como “senhora”, já presenciei pastor presbiteriano com semelhante sentimento de indignação. Certa vez, cumprimentei um pastor por reverendo e fui exortado: “Por favor, me chame de pastor. A palavra reverendo é muito forte e formal. Reverência somente a Deus.” Que é isso? Eu não havia em momento algum deificado ele. Apenas pretendia iniciar uma conversa, no uso do tratamento devido à função de seu exercício. Sem sua função eclesiástica, certamente o cumprimentaria por “senhor”. Não acredito que ele diria, “Senhor, somente Aquele no céu!”
Acho que é possível esclarecer tudo isso, devidamente. O termo “reverendo” e “reverendíssimo” são pronomes de tratamento, ou seja, palavras usadas para expressar respeito e consideração no cumprimento, devido a honra pela função que exerce, ao abordá-lo. Sua origem vem da palavra “reverência”, usada para designar uma postura de veneração ou respeito às coisas sagradas. Consequentemente, o “reverendo” é aquele que se respeita por cuidar das coisas que são “reverenciadas”. Ele mesmo não recebe “reverência”, mas o devido respeito que cabe ao cargo. O termo “reverendo” encontra-se ligado ao cargo e não a pessoa em si. Ora, somos considerados “santos” por estarmos ligados ao Santíssimo, e isso não redunda em sacrilégio!
Tradicionalmente, esse é um termo usado para designar um líder religioso cristão, regularmente ordenado pela sua instituição. A licenciatura é a declaração do devido preparo acadêmico e espiritual ao cargo e a ordenação ao seu exercício. O respeito é resultado da agregação formal e simbólica desse fato. O uso remonta ao período pré-Reforma Protestante. Não se percebe questionamentos históricos ao seu uso. Aqueles que os fazem na atualmente, são movidos por desconhecimento do devido tratamento às pessoas de posse de cargos que a própria convenção humana de sociabilidade o exige, por falsa piedade e humildade e por agressão ao valor da ordenação ao sagrado ministério.
Perceba que não existe nenhuma temeridade no uso desse tratamento. O que pode existir é o desconhecimento do valor do devido tratamento e respeito às pessoas em sua posição social, funcional e religiosa. Quando diante de uma sociedade que decidiu banalizar a autoridade, a dignidade e o óbvio reconhecimento, o uso do devido tratamento é sempre um chamado ao resgate da ordem, decência e do respeito.
O termo “reverendo” não é nome de cargo e nem ato de “idolatração” (reverência). Ele é um tratamento de respeito ao ministro do Evangelho, regularmente ordenado pela igreja. Seu uso é devido, pois se resgata a forma tradicional e necessária de reconhecer devidamente as pessoas pelo cargo, condição social e religiosa. Também por servir de educação à juventude e às crianças no quesito respeitabilidade humana. Se o filho perguntar: “Pai, porque o pastor é chamado de reverendo?” O pai responderá: “Meu filho, porque devemos mostrá-lo respeito, assim como você deve chamar os adultos de senhor ou senhora.”
Vamos concluir. Não existe nenhuma disputa entre o uso do termo “pastor” e “reverendo”. Enquanto o termo “pastor” designa função/cargo, a palavra “reverendo” diz respeito ao tratamento dado ao ocupante desse cargo. Sendo assim, o uso apropriado do termo “reverendo” se aplica às condições dos demais termos de tratamento (em formalidades e no uso comum). Se pergunto a uma pessoa, “O senhor vai viajar?”, ao pastor perguntaria, “O reverendo vai viajar?” Sou professor e, muitas vezes, quando um aluno me encontrar, pergunta: “Professor, o senhor vai à escola amanhã?” O mesmo deve ocorrer com o membro da igreja, ao abordar o pastor: “Pastor, o reverendo vai à igreja hoje?” Sei que soa um pouco esquisito, pois se tem usado o termo reverendo (tratamento) como sinônimo da palavra pastor (cargo). Nisso, o cumprimento “Pastor, o senhor vai pregar hoje?” e “Reverendo, o senhor vai pregar hoje?”, não difere no uso comum, ou seja, tem o mesmo sentido. Nada contra! Minha divergência é contra a suspeita no uso do pronome de tratamento “reverendo” (e o uso, menos comum, de “reverendíssimo”) como tratamento aos pastores presbiterianos.
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